domingo, 20 de setembro de 2009

7º e 8º Capítulos



***
No dia seguinte Tom foi fazer a mesma coisa que o irmão, ou seja procurar emprego nos jornais. Este procurou em vários, em vários, em vários... Até que encontrou um de mecânica. Era a área dele.
Voltou para casa a correr depois de comprar o jornal.
- Hey mano, o que aconteceu? - Pergunta Bill.
- Encontrei! Olha! Olha! Encontrei!
Bill olhou bem para o jornal.
- Boa, agora tens de ir a esta rua que aqui diz, para te entrevistarem, certo?
- Sim, isso mesmo.
Tom lá foi no dia seguinte, mas depois de tanto esforço a encontrar a rua, o escritório e depois de estar numa grande fila para ser entrevistado... Foi recusado.
***
- O quê? Não acredito, mas porquê?
- Nem eu sei. Parvos!
Tom levantou-se do sofá.
Onde vais mano? Tom!
Tom subiu ao terraço de um prédio ali próximo. Bill quando lá o viu, correu a toda a velocidade para junto do irmão, esbarrando com algumas pessoas pelo caminho.
- Tom! Mano não faças isso, por favor!
- Era a minha primeira e última hipótese.
- Não era nada! Tom desce daí, vamos conversar.
Tom não ligou. Já se ia a atirar para lá para baixo, quando Bill o consegue agarrar apenas por um braço.
- Tom, não te vou largar!
As pessoas lá em baixo ficavam a olhar fixamente para os gémeos sem fazer nada.
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- Larga-me!
- Não! Vamos falar Tom! Tu podes conseguir outro emprego! Vamos tentar outra vez!
- Não!
- Tom, a sério... Anda daí eu ajudo-te.
Ao fim de tanto puxar por Tom, Bill consegue que o irmão venha para cima do terraço.
- Temos de tentar que arranjes o teu emprego outra vez! E vamos conseguir!
- Mas como irmão? - Duas lágrimas se estendem ao longo do rosto de Tom.
- Não chores. Anda cá. - Bill abraçou o irmão, limpando-lhe as lágrimas que escorriam cada vez mais na cara de Tom.
- Como pensas ajudar-me?
- Não sei, mas amanhã logo vemos. - Bill olha para o céu. - Bem! Como o tempo passa voar! Já é hora de jantar! Rimou!
- És doido! - Tom sorriu, pegando na mão de Bill. - Vamos.
Dirigiram-se para casa, com as pessoas a olharem para eles até entrarem em casa.
- Vamos jantar. Depois pensamos no que vamos fazer amanhã. - Disse Bill.
***
- Já sei mano! - Exclamou Tom. - E se eu andasse na rua a perguntar às pessoas se precisam de arranjar os carros ou assim?
- O quê?
- Vês outra solução?
- Não. Já puxei muito pela cabeça mas...
- Então pronto! 'Tá decidido!
Foram-se deitar.
6º Capitulo



- Sim. E às vezes penso o que seria de mim sem ela. 'Tava sempre a aturar-te era o que era!
- Ok! Já não te incomodo mais!
***
- Já acabei as limpezas, vou comprar o jornal. - Disse Bill.
- Vai lá. Mas tu agora compras o jornal?
- Yap.
Na verdade Bill queria ver os empregos nos jornais às escondidas do irmão para lhe surpreender.
***
Na papelaria...
- Dê-me o jornal desta semana, por favor.
- Aqui tem. - O senhor da papelaria estendeu-lhe o jornal.
Bill olhou, olhou... Mas só encontrava empregos que pagavam mal ou que o irmão não sabia fazer.
- São dois eu...
- Não desculpe eu não vou comprar, obrigado. - Interrompeu Bill, devolvendo o jornal ao senhor.
Voltou para casa de cabeça baixa.
- Então mano? O jornal? - Perguntou Tom.
- Não tinha nada de jeito para ler.
- 'Tá bem.
5º Capitulo



Já a comer, Tom diz:
- Amanhã vou procurar um novo emprego...
- Ah! Assim é que eu gosto que o meu maninho fale.
Tom sorriu.
- Sim, 'tá bem, agora vamos acabar de comer.
- Mas então quer dizer que me vais ajudar a limpar a casa, certo? - Pergunta Bill.
- Sim. - Disse Tom sem ânimo. - Mas sabes que ainda não sei fazer nada.
- Na boa, eu ensino-te.
- Pronto, já vi que não me escapo.
- Ai pronto! Podes ficar a ver televisão! Mas não me atrapalhes!
- Yes! Obrigado mano! - Tom encheu a cara de Bill de beijos.
- 'Tá bem, chega pá!
Tom riu-se à gargalhada.
- Sorry.
- Bá lá comer!
- "Bá" lá comer? - Tom voltou a rir-se.
- Ó pá! Tu percebeste muito bem.
***
- Ó mano! Deixa lá as limpezas! Vem práqui uma beca!
- Tu prometeste que não me atrapalhavas!
- 'Tava a fazer figas!
Bill pousa as mãos na cintura e olha para o irmão.
- Olha lá. Tu só pensas na porcaria da televisão?
4º Capitulo



- Já me calei, agora vai lá!
Pelo caminho, Bill encontrou um homem a pedir gemola. Não lhe pôde dar nada, pois só trazia o necessário para a comida. Mas tenta decorar a cara do sem-abrigo, para o voltar a encontrar depois das compras.
***
- Quero um quilo desta carne... E três quilos de batatas, por favor. - Disse Bill.
- Aqui tem. São seis euros e meio por favor.
- Está certo assim?
- Sim, obrigada.
- Obrigado e bom dia.
No caminho para casa, Bill tentou encontrar o tal homem mas não o encontrou.
***
Em casa...
- Então Tom, não foste trabalhar? Que cara é essa?
- Telefonaram-me da empresa.
- E...
- E... Fomos à falência.
Tom foi-se deitar. Bill chega ao quarto, deita-se ao seu lado e abraça-o a ele e ao ursinho de peluche.
- Hey mano, don't you worry! Vais arranjar outro emprego.
- Sim, deves pensar que é fácil, não?
- Vá lá não chores e anda comer... Antes que a galinha ganhe pernas!
- Bill! - Tom sorriu-lhe.
Tom larga o urso de peluche, levanta-se e dirige-se à casa-de-banho para limpar as lágrimas.
3º Capitulo


Depois de ter visto o programa, Tom foi-se deitar. Infelizmente naquela casa só havia uma cama pequena, por isso um deles dormia no sofá durante uma semana e depois trocavam.

- Boa noite no sofá! - Disse Tom a rir à gargalhada.

- Que engraçadinho! Vê lá se não partes é a nossa caminha com esse peso!

- Pra tua informação temos o mesmo peso. - Tom sorriu cinicamente.

- Vá, vá, vá! 'Tá bem! - Bill empurrou Tom para cima da cama.

- Até amanhã. - disse Tom com uma voz irritante.

- Pra si também, senhor espertalhão!

***

- Então não ias hoje à aldeia? - Pergunta Tom.

- Sim. E para te fazer um favor, vou comprar carne! Só porque tens medo dos peixinhos.

Tom não ligou à provocação mas quis responder.

- Sim 'tá bem. Mas vê lá se a galinha te põe um ovo em cima da cabeça.

- Meu parvalhão, quando eu lá chegar, a galinha morre de susto.

- Pois com a tua cara...

- Não. Com os meus músculos! Tolo!

- Sim, como se os tivesses, Billzinho.

- Pára com essa vozinha irritante, por favor.

2º Capitulo




- Mano, amanhã vou à aldeia buscar peixe. - Disse Bill.

-Vais fazer peixe pró almoço? - Perguntou Tom.

- Sim, porquê? Tens medo que o peixe se transforme em piranha? - Gozou o Bill.

- Não! Seu parvinho. Sabes que prefiro mil vezes carne. Ou agora és tu que tens medo que a carne se transforme em galinha pra te dar uma bicada?

- Hahaha!

- Céus olha as horas! 'Tá a dar as cenas do casamento!

- Fogo! Já é a sexta vez que ligas a televisão! Não te esqueças que se essa avariar não há dinheiro para mais nenhuma!

- Não grites que pareces uma galinha a pôr ovos.

- Ai que piada! - Bill deu-lhe com o pano da loiça na cara.

- Hey! Que nojo!

- Agora quem é que parece uma galinha, sou eu? - Bill põe as mãos em cima dos ombros do irmão.

- Desculpa... - Diz Tom com cara de gozo.

- Vê lá as cenas do casamento e cala-te!